quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Love or Confusion? 2

Uma coisa que eu não disse, Mitchel, minha paixonite da sexta serie é filho da Sr. Isabell, o seu irmão Chaz, tinha se mudado pra casa do pai deles, pois os pais são separados desde a quinta serie, só que ele não tinha ido embora como o Chaz, mas ele acabou indo no final do segundo semestre da sexta serie.
E bem foi uma surpresa ver ele entrado ali. Sim ele tinha voltado, mas agora ele parece melhor, os cabelos e rosto de anjo permanecia, mas o corpo que antes era, digamos fofinho, agora esta totalmente definido.
E então provavelmente ele vai passar pro grupinho dos populares, afinal ele é bem bonito agora, e é isso que as pessoas daqui fazem, quando ficam bonitos e legais do nível dos populares, se juntavam aos demais.
Ele estava em pé, em frente de toda a classe, a professora pediu pra que ele se apresentasse, mas por favor, a maioria de nos estudamos com ele, talvez ninguém se lembre dele, ou nem tenha reconhecido.
-Bem meu nome é Mitchel Sprouse, alguns já me conhece outros não, e bem, acho que não tem muito o que falar. -Quando ele disse o nome dele eu prendi o folego, pude sentir minha pulsação acelerar, e vi a cara de alguns da classe, ficaram muito surpresos com isso.- Posso me sentar agora? -Ele sorriu perguntando a Isabell, que assentiu com a cabeça.-
Eu apoiei meu braço na mesa e encostei minha cabeça olhando pro meu caderno, a aula correu normalmente, Mitchel se sentou na primeira cadeira da minha fila, era o único lugar vago, o grupinho da bagunça estava ate quietos hoje.
Drake Henderson, um garoto pardo, olhos escuros, cabelos lisos e negros, e dono de um belo, mais belo sorriso mesmo, ele era um tipo de Nerd palhaço, ele é o único com quem eu falo na turma, ele é bonito, mas as vezes é desagradável, bem, e hoje era um dos dias em que ele usava desse dom, a aula ficou muito enjoada por causa das piadas sem logica dele.
Ao ouvir o sinal, eu dei um suspiro de alivio, fiquei sentada ali, guardando os meus materiais, a sala já estava esvaziando, encostei-me na cadeira, respirei fundo pra tomar coragem, e dei-me de consolo o fato de que esse é o ultimo ano nesse inferno, logo estaria longe daqui, em uma das melhores faculdades do mundo.
Sai da sala, e fui para o patio, como de costume, todo ano apos a primeira aula nos reunimos no patio pra ver quem ficou em que serie realmente.
O patio estava cheio, e eu ouvia os gritos estéricos das meninas, que geralmente gritava por três motivos, o primeiro era ficar na mesma sala que o bando, outro por não ficarem com seu bando, ou por um garoto que elas gostassem ficar na mesma sala que elas.
Eu nunca olho o resto dos nomes, vou logo pra faixa do J, se o meu estiver lá bem, e se não estiver, continua  na mesma. Caminhei em direção ao mural, com certa dificuldade, já que as pessoas são tão idiotas que não desocupam a área. Quando eu finalmente cheguei no mural, procurei os últimos papeis, que seriam do ultimo ano. Procurei meu nome em 2 papeis, no qual eu preferia ficar, por conta da sala, mas meu nome estava no grupo 16, abaixo do meu nome estava o do Justin, não pude evitar de vê-lo afinal, estava bem abaixo do meu. A sala referente ao grupo 16 é muito sinistra, é a ultima sala, em um corredor um pouco escura, distante de todas as outras. Me lembro que na sétima serie recebi o apelido de sala 16 por conta disso. Ate que fazia sentido, mas não é nada legal.
Caminhei um pouco rápido pra sala, pra pegar o lugar que eu gosto de sentar, pois existe alguns engraçadinhos que se sentam lá, só pra me ver sentada no meio da sala. Quando entrei na sala, vi o Justin sentado no meu lugar, ele estava rabiscando algo qualquer, meu sangue ferveu, mas fazer o que? Encarar? Não mesmo, do jeito que as amiguinhas dele são barraqueiras, se eu fizer algo desse, elas destroem minha vida, revirei os olhos e me sentei no lugar que ele sempre ocupava, a ultima cadeira, do outro lado da sala.
Peguei meu caderno e minha caneta roxa, e comecei a escrever qualquer coisa na ultima folha do caderno.
Demorou exatos 60 segundos pra começar a chegar mais pessoas na sala, sim eu contei, e foram os segundos mais demorados da minha vida. Eu pude observar pelo canto dos olhos que ele estava um pouco triste, e eu com toda minha bondade me senti mal por ele, mas mesmo assim eu o odiava.
Por quê? Quinta serie. Esse foi o ano, o único, que Bieber e eu fomos amigos, foi o ano que minha mãe morreu, e bem, ele era novato na escola, e ficamos amiguinhos, eu sei a maioria dos segredos desse ser, e ele sabe alguns meus, sei sonhos dele, e ele sabe o meu principal. E é por isso que ele esta assim, por causa do seu sonho.
Certo dia estávamos conversando exatamente sobre isso, sonhos, e ele me disse que o dele era ficar popular, eu não entendi bem então perguntei o motivo, dizendo que a maioria dos populares eram, digamos, malvados, ele me disse que queria isso, só pra quando houvesse o festival de talento do ultimo ano, ele pudesse cantar e todos votariam nele, assim ele iria ganhar a oportunidade de gravar um CD profissional, e ainda conseguir um patrocinador, ou um bom empresario, eu achei um belo sonho, mas ainda faltava muito pra que a gente chegasse no ultimo ano da escola, esse festival é apenas pro ultimo ano, por ser tão caro. Eu disse a ele que isso seria um pouco ruim, e ele logo entendeu o motivo, me deu um beijo na testa e disse que nunca me deixaria.
E é isso, eu o odeio por isso, eu jurava e ele também, que ele seria a ultima pessoa do mundo a me abandonar, mas logo na sexta serie quando ele conseguiu se achegar aos famosinhos, ele foi me deixando de pouco a pouco. Apesar dele não me zoar como os outros, ele ri, só pra se aparecer. E doeu, doeu muito, mas não dói mais, quero dizer, não dói se eu não cutucar na ferida.
Me despertei desse desvaneio e limpei algumas poucas lagrimas que haviam caído, a sala não tinha muitas pessoas, só eu, o Bieber, um garoto que parecia novato no meio da sala, e um grupo de 3 ou 4 garotos logo a frente.
Continuei rabiscando meu caderno, e sem perceber Mitchel estava sentado na cadeira a minha frente, ele estava virado pra mim, e acho que estava esperando eu olhar pra ele.
-Oi Mitchel. -sorri forçado-
-Oi meu anjo. -ele sorriu e depositou um beijo na minha testa.- Que saudades.
Vou admitir que isso foi estranho, não eramos amigos na sexta serie, quero dizer sempre fazíamos os trabalhos juntos, e conversávamos as vezes, mas nunca fomos tão chegados assim.
-É. -pausei.- Também. -sorri de lado, e ele deu um sorriso tímido.-
-Você não mudou nada, né?
Ok, não sei se ele quis ser gentil, se ele quis me mostrar que ele esta um gato, ou se ele quis fazer o que o povinho popular faz.
-É, já você. -eu arregalei os olhos, e ele riu.-
-Sei. -eu ri lembrando das minhas tentativas.- Mas eu nunca obtive sucesso.
-Bom. -ele fez uma pausa dramática.- Se você tentasse mais vez.
-Acho melhor não.
-Bem, como esta seu pai?
Que papo é esse? Pergunta mais nada a ver, perguntar sobre meu pai.
-Bem, e o seu? -eu ri em pensamentos com minha pergunta, nunca vi o pai dele.-
-Ele esta bem, eu voltei a morar com minha mãe, pois ela vai casar.
Não faz muito sentido ir morar com a mãe porque ela vai casar, mas tudo bem, não iria questionar.
-Ah! E o marido dela é legal?
-Eu não sei, ainda vou conhece-lo. -ele riu.-

Depois de um dia não muito agradável de aula, sai o mais rápido da escola pois meu pai estaria em casa hoje, e eu prometi pra mim mesma que iria fazer o melhor almoço do mundo. Eu sai da escola quase que correndo, e então eu vi o carro do meu pai Lamborghini Aventador parado na frente da escola, meu pai podia ser um pouco mais humilde, só que ele amava se aparecer. Andei rapidamente em direção ao carro e entrei mais rápido ainda.
-Ola papai. -dei um beijo na bochecha dele.-
-Oi filha. -ele sorriu.-
-Posso saber o motivo de ter vindo com esse carro super humilde? -eu ri, e ele deu a partida.-
-É que eu acabei de chegar de viagem. -ele riu.- Te incomoda?
-Um pouco. -eu ri.-
-Gosta de ser pobre mesmo, viu? -ele riu e eu também.-
Acabou que meu pai me levou pra almoçar em um restaurante, então eu estava livre de fazer comida.
Enquanto meu pai me contava o que tinha acontecido nesses dias que ele ficou longe de casa, eu comecei a pensar no que eu faria essa noite, meus livros tinham acabado, eu precisava de comprar mais alguns, e eu ainda teria que passar no dentista, ele iria fazer uma revisão, e então provavelmente eu não iria precisar usar o aparelho móvel, significa que aparelho nunca mais, eu estava aliviada por isso.
-Pai. -eu o interrompi com o seu papo chato.-
-Meu nome. -ele falou distraído.- Quero dizer meu nome não é pai, mas eu sou seu pai. -eu comecei a rir.-
-Você é muito bobo. Bem, você bem que podia me emprestar seu cartão de credito. -fiz cara de cãozinho sem dono.-
-Você já estourou o seu?
Meu pai me deu 300 de limite, isso é pouco pra um mês, eu tenho que comprar doces, livros, e entre outras coisas, nunca vi alguém tão pão duro.
-Com o tanto de dinheiro que você me da. -eu ri.-
-Tudo bem. -ele tirou o cartão da carteira.- Eu ia pedir que você comprasse um vestido mesmo. -ele sorriu meigo.-
-Ah é? -questionei.- Pra que? -cerrei os olhos.-
-É. -ele desviou o olhar.- Vamos jantar no restaurante hoje, quero que conheça uma pessoas especial. -ele sorriu.-
-Uuuh! Vou conhecer a namorada do papai. -eu ri.-
-Tipo isso querida. -ele se levantou e me deu um beijo na testa.- Quer uma carona ate o shopping?
-Não, obrigada, vou a pé. Leva meus materiais por favor?
-Claro.
Ele pegou meus materiais e saímos dali, eu sai andando sem chamar nenhuma atenção, já meu pai naquele carro, chamaria atenção ate do presidente.Fui andando em direção ao shopping, que não era muito longe dali.
Me senti melhor quando eu entrei no shopping por conta do ar condicionado, hoje estava um dia muito quente. Fui direto a livraria, e comprei alguns livros que um dos vendedores me indicou. A casa das orquídeas e A maldição do tigre, todos eles .
Comecei a andar pelo shopping pra encontrar um vestido que seja ao menos discreto, quando cheguei perto do salão, eu parei, fiquei olhando pra ele, ele me trazia lembranças de quando minha mãe era viva, vinhamos quase todo fim de semana, antes dela morrer eu era uma criança muito vaidosa assim como ela era, mas depois eu desisti disso.
Fiquei olhando o salão e me lembrei do Mitchel, eu devia entrar, e fazer como naqueles filmes que a menina mais feia fica a mais linda do colégio? Bom, melhor não, eu não quero me aparecer. Alem disso, seria um efeito muito cliché, como nos filmes de Hollywood, toda aquela fantasia.
Sai desse desvaneio e guie-me ate a porta de saída que dava de frente a um ponto de moto-táxi.

Eu odeio pegar moto-táxi. Parece tão demorada a viajem. Me sinto desconfortável e insegura. Uma corrida de 10 minutos, pareceu demorar uns 30 minutos. Eu paguei o moto-boy, um moço bem atraente, dos olhos verdes, barba, cabelos negros e liso.
Entrei em casa e fui logo procurando meu pai.
-Pai?
O chamei na sala, mas na obtive resposta, subi as escadas e chamei novamente, mas o que parecia é que ele não estava. Entrei no meu quarto, joguei a sacola do vestido na cama, e me deitei, retirei um dos livros da sacola, A casa das orquídeas pois A maldição do tigre é uma saga, eu deixaria pra ler depois.